Elói Mendes - História do Município
Interpretação do Brasão
O Brasão que centraliza a Bandeira de Elói Mendes representa fielmente a história do Município. É constituído de um escudo na forma clássica portuguesa, lembrando a raça colonizadora, a principal formadora de nossa nacionalidade.
O Brasão é assim formado:
Montanhas, que são características do município, em ouro num campo azul celeste;
Uma Mutuca ao centro, em evocação ao primeiro nome dado ao povoado;
O Símbolo do Espírito Santo, em prata, irradiando em ouro os seus sete dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus, lembrando o padroeiro da cidade desde os primórdios de sua fundação.
Ao lado da figura do Espírito Santo, as letras Alfa e Ômega, do alfabeto grego, significando Deus - princípio e fim de todas as coisas.
Abaixo, os dois rios que banham o município: Verde e Sapucaí, encontrando-se e formando a ponta em evocação ao segundo nome dado ao distrito: Pontal.
O escudo é encimado por uma coroa mural com três torres aparentes, representação universal da cidade comarca e suportada à direita por um cavalo branco com um ramo verde de café com frutas vermelhas e, à esquerda, por um touro com um ramo de cana-de-açúcar representando a riqueza da agropecuária, base da economia do município.
Num listel de prata, a inscrição com letras vermelhas das primeiras datas de sua evolução histórica:
1792 - Primeira notícia da existência do povoado do Espírito Santo da Mutuca.
1890 - Mudança de nome para Espírito Santo do Pontal.
1911 - Emancipação política administrativa e mudança do topônimo para Elói Mendes.
Este brasão é de autoria do Dr. Paulo Braga de Menezes e desenho de José Aquilera e Silva.
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A História passada a limpo
A origem do Arraial da Mutuca não é bem definida. Podemos localizar o primeiro dado em um termo de óbito feito em Campanha que possui o seguinte teor:
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Aos 5 de março de 1792 foi encomendada e sepultada no adro dessa Igreja Matriz de Campanha uma inocente filha do Sr. Joaquim Gonçalves provendo de uma localidade denominada Mutuca". Essa é a primeira notícia que se tem do povoado.
A
ssim, nas margens do Ribeirão Mutuca já existia um povoado com o mesmo nome desde fins do Séc. XVIII, bem localizada numa Colina do Vale do Rio Verde. O clima da região e sua vegetação com campos e terras férteis propiciaram logo uma concentração de pessoas.

Mutuca em 1877
Reprodução por José Machado Mendes
Chamou-se este povoado de Mutuca e o primeiro morador e fundador foi José Gonçalves de Souza. Era natural de São João Del Rey, filho de Sebastião Gonçalves Pombeiro e de Joana de Souza. Foi casado com Inácia Maria Ramos, natural de Taubaté, filha de João Vás Cardoso e de Isabel de Souza.
O topônimo Mutuca que Cândido de Figueiredo nos remete para Mutuca e Clóvis Monteiro nos ensina que é vocábulo filho do Tupi "Mbotug" que significa: espora, a que perfura, que aguilhoa, recorda também um inseto de família dos dípteros "pertimax", o terrível chupão que infesta os rios e lugares insalubres, encontrado naquele tempo pelas imediações do Ribeirão da Mutuca, hoje situado na periferia da cidade. Os que transitavam por aquela região, às margens do Ribeirão Mutuca, deveriam ser molestados por uma multidão deles. Daí a lembrança do nome Mutuca, conhecido com o nome de Borrachudo, no latim Similum Pertimax, que significa, teimoso, impertinente.
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Origem do Povoado

Pontal em 1906
Reprodução por Foto Machado
Próximo ao Ribeirão da Mutuca foi, um dia, levantada a fazenda do Morro Preto, de propriedade do casal Domingos Rodrigues Coimbra e Francisca do Espírito Santo, procedente de Jacareí, no Extremo do Estado.

Logo depois da morte do marido, a piedosa viúva fez erguer em sua fazenda uma igreja, que foi dedicada ao Divino Espírito Santo. No adro desse templo foi também ela sepultada, no ano de 1813. A mencionada fazenda era distante da atual localidade cerca de seis quilômetros.
F
oi D. Fr. Cipriano de S. José, Bispo de Mariana, quem garantiu a construção da Capela. Estando S. Exa. em visita de Pastoral em Campanha, corria o mês de agosto de 1800, houve por bem despachar a competente provisão. Aí, então os moradores daquela mediação trataram de levantá-la quanto antes. A capela demorou mais de nove anos de trabalhos exaustivos e foi inaugurada no domingo da Santíssima Trindade, 11 de Junho de 1810, tendo oficiado na benção o vigário da Campanha, Pe. José de Souza Lima.
U
ma semana após, foram ali administrados os dois primeiros batizados. Um deles, assim reza:
"Aos dezessete de Julho de mil oitocentos e dez batizei e pus os santos óleos a Francisca, filha legítima de Joaquim de Souza e Maria Custódia de Jesus; foram padrinhos José Rodrigues Leal e Valentina Perpétua e para constar mandei fazer este assento que assino. O vigário José de Souza Lima". O outro batismo foi de Ana, filha de João Batista de Castro e de Ana Arcângela de S. José; teve como padrinhos João José Mendes e Maria Senhorinha.
Entre os primeiros moradores do lugar, além dos nomes especificados, notam-se: José da Costa Ferreira, Félix Antônio de Oliveira, Antônio Gonçalves, Luiz Antônio da Silva, José Vieira da Cunha, Miguel Rodrigues da Costa, Joaquim Pereira de Macedo, Joaquim José Mendes, Manuel Martins de Azevedo, Manuel Marques, Cap. Germano José Freire, José Batista de Siqueira, Máximo Barbosa.
O Patrimônio da Capela foi doação de Joaquim Oriano Marques Padilha, casado com Teresa Cândida de Jesus, e do Tenente José Batista, beneméritos da localidade. Foram ainda beneméritos, nos tempos antigos: Inácio Ponciano Marques Padilha, Cap. Antônio Goulart Brun, Joaquim Pereira de Macedo, João Vieira Homem, Tomé Gonçalves de Sousa, Manuel Gonçalves Valim, Inácio Bueno da Silva, Manuel Ribeiro Ribordões, Salvador Mendes Toledo.
E a população pôde crescer e conquistar o título de Distrito, em 1828 e o da Paróquia, em 1856, o que aconteceu pela Lei Mineira nº 769, de 2 de maio.
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Primeiros Embates
Em 1828, houve um choque pouco esclarecido, que agitou o povoado, entre forças legais e um grupo de rebeldes chefiados pelos irmãos Cipriano e João Goulart, de importantes famílias locais.
Com a Lei Mineira nº169 de 2 de maio de 1856, criou-se o distrito com a denominação do Espírito Santo da Mutuca, que foi freguesia unida à de Campanha.
Anos se passam e surgem no cenário da história de Elói Mendes dois irmãos: Capitão Joaquim Elói Mendes (mais tarde Barão de Varginha), e João Pedro Mendes que vão mudar o rumo daquele arraial pelas suas inteligências e capacidades empreendedoras. Construíram o prédio para a primeira escola pública além de outros melhoramentos que contribuíram para o progresso crescente do povoado, fazendo-se dele os chefes supremos da política local, com primeiros eleitores. Em virtude do Decreto nº194, de 22 de setembro de 1890, passou a chamar o Arraial da Mutuca de Distrito de Espírito Santo Pontal, e em 4 de setembro de 1891, a lei Estadual nº 2 confirmou a criação do distrito passando em 30 de agosto de 1911 pela lei nº 556, a município com o nome de Elói Mendes, em homenagem ao Capitão Joaquim Elói Mendes (Barão de Varginha). Sendo seu território desmembrado do município de Varginha.
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O Barão de Varginha
Segundo Sr. Antônio Miguel: "O pai era escravo do Barão" (...)
"Depois a Baronesa casou com o Barão. Quando ele casou com ela, ele não tinha terra por aqui.
Depois ele comprou 120 alqueires.
Eles se casaram com separação de teres, cada um tinha o seu."
Na realidade, Joaquim Eloy Mendes, segundo marido de Dna. Marianna Bárbara da Conceição, só veio a receber o título de Barão de Varginha em 27 de junho de 1888, portanto, já no término da monarquia e a menos de um mês da feitura do inventário da Baronesa.
Joaquim Eloy Mendes era filho de João José Mendes e de Bárbara Maria Rangel. Nasceu em 24 de junho de 1826, em Espírito Santo da Mutuca e faleceu em 28 de setembro de 1913, na mesma freguesia.

Joaquim Elói Mendes
Barão de Varginha
1826 - 1913
O recebimento do título nobiliárquico pelo Barão de Varginha foi amplamente noticiado pelo jornal Monitor Sul Mineiro. Para comemorar, o Sr. Joaquim Baptista de Mello organizou uma festa que durou 3 dias.
O Barão não teve descendentes legítimos. Consta que teria deixado seus bens para seu filho adotivo, Joaquim Batista de Melo.
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Fonte: Livro "Elói Mendes: Sua memória, sua gente..."
Gentilmente cedido por Glauco Biaggini - professor, historiador e poeta
Elói Mendes - Minas Gerais - Brasil
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